CURSO BÁSICO DE INTERCESSÃO

19/10/2010 15:20

 CURSO BÁSICO DE INTERCESSÃO

APRESENTAÇÃO

            O Curso Básico de Intercessão da Comunidade Cristã Nova Esperança foi reformulado, atualizado com o objetivo de trazer informação e preparo ministerial àqueles que têm um chamado profético para intercessão. Pretendemos preparar intercessores embasados em textos da Bíblia Sagrada, com uma visão básica, mas ao mesmo tempo direcionando o entendimento alicerçado acerca desse Ministério.

A prévia leitura do conteúdo torna-se imprescindível incluindo a análise dos textos bíblicos aqui descritos, para melhor familiarização do assunto.

            Que a paz do SENHOR que excede todo e qualquer entendimento possa estar sempre em nossas vidas, em nome de JESUS CRISTO.

 

Pb. Sidney Bertino Silva de Moraes

CCNE – Sede Internacional/SP.

 

1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO MINISTÉRIO DE INTERCESSÃO

            Baseado na declaração de Princípios da Comunidade Cristã Nova Esperança, listamos abaixo itens a serem concordados por todo intercessor.

ü  JESUS CRISTO como único e suficiente Salvador das nossas vidas;

ü  Bíblia como sendo a única Palavra de DEUS, para que seja utilizada como prática cristã;

ü  Batismo por imersão nas águas;

ü  Santa Ceia do SENHOR, como fortalecimento espiritual da igreja;

ü  Todos os dons do ESPÍRITO SANTO, inclusive de línguas estranhas e de profecia;

ü  Apresentação de Crianças;

ü  Jejum e Oração;

ü  Unção com óleo para cura e separação ministerial;

ü  Dízimos e Ofertas;

ü  Ministérios e / ou departamentos em todos os níveis, tanto para homens quanto para mulheres;

ü  Diversidade Humana, inclusive o direito pleno de professar a fé em JESUS CRISTO;

ü  Novo Nascimento do Espírito do Ser Humano, para o encontro com JESUS no arrebatamento da igreja.

 

2. NOÇÕES BÁSICAS DE INTERCESSÃO

            Intercessão é o parto de alma espiritual que dá a luz aos filhos espirituais. É gerar e gemer por Missões. O segredo para o crescimento de uma igreja é a intercessão e o jejum.

O dicionário define “Intercessão” como o ato de interceder e, portanto, interceder é intervir (a favor de alguém ou de algo). Lembrando que intervir é o mesmo que interferir.

            O intercessor interfere nas atuações do inferno contra a igreja, colocando-se, portanto, como “coluna espiritual”. A intercessão é claramente descrita no livro de I Timóteo 2.1.

Além do ato em si (de interceder), o intercessor coloca-se nas “brechas” das pessoas que não estão em concordância durante o culto devoto ao SENHOR JESUS CRISTO. Essa tal “brecha” é o espaço que o ser humano libera para que o inimigo entre e penetre na alma, podendo atingir até o espírito. Entretanto a manifestação satânica somente ocorre em pessoas que não tenham aceitado e declarado JESUS CRISTO como seu único e suficiente salvador!

            Com isso, todo intercessor tem que estar em alerta para que não haja atuação das trevas. Caso “detectada” tal atuação aí entra a chamada Guerra Espiritual e, por isso, é muito importante o conhecimento e principalmente a atitude de estar sempre revestido da “Armadura de DEUS”: “Revesti-vos de toda a armadura de DEUS, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11).

            O intercessor tem um papel muito importante de intercessão para todos aqueles que necessitam de oração, não importando se é ou não cristão. Por exemplo:

  • Intercessão por todos os homens – “Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens...” (I Tm 2.1).
  • Intercessão por Reis – “... pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda piedade e honestidade” (I Tm 2.2).
  • Intercessão Solicitada – “... para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu, sobre este ministério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, com o resto dos sábios de Babilônia” (Dn 2.18).

Entretanto, cada intercessor é privilegiado, pois tem a certeza de que temos um intercessor, que é JESUS CRISTO.

Intercessão do Senhor JESUS CRISTO – “JESUS disse: Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23.34a);

Intercessão do ESPÍRITO SANTO – “Da mesma maneira também o ESPÍRITO ajuda as nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo ESPÍRITO intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele segundo a vontade de DEUS é que intercede pelos santos” (Rm 8.26,27);

Intercessão do Povo de DEUS – “Sempre damos graças a DEUS por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações...” (I Ts 1.2).

 

3. GUERRA ESPIRITUAL

            Para falarmos de Batalha ou Guerra Espiritual podemos fazer uma comparação simples e prática com o alistamento militar do Exército Brasileiro. Primeiro é necessário atingir uma determinada idade (maturidade), para que ocorra a inscrição, depois há a necessidade do comparecimento no local pré-determinado. Caso aprovado iniciará semanas e mais semanas de treinamento intensivo, para honrar e defender o patrimônio e a pátria de forma íntegra e leal.

            Durante o treinamento, traçam-se estratégias, aprende-se o uso correto dos artefatos que serão necessários durante a guerra, seguindo rigorosamente a legislação vigente nacional e ordens estabelecidas. O resultado? Soldados aptos e habilitados com conhecimento pleno de recursos e estratégias do inimigo.

            Não é muito diferente na vida inicial do intercessor, primeiro deve-se ter comprometimento com a obra de DEUS e pedir ao SENHOR que o fortaleça para que, durante esse “treinamento espiritual”, seja contínuo e intensivo, sem que a lealdade ao Senhor JESUS CRISTO jamais seja afetada, mesmo que isso custe nossa própria vida. Afinal, fomos chamados para a morte e para o calvário.

Portanto, para que possamos interceder em guerra espiritual é necessário disfarce e camuflagem, estando atentos quanto a inimigos “ocultos” que se disfarçam, escondendo assim a identidade real. Devemos sempre estar  em constante oração e cobertos espiritualmente pela autoridade espiritual da igreja (que são os pastores, presbíteros e evangelistas), para não sermos surpreendidos com os disfarces utilizados pelas artes das trevas contra a igreja de JESUS CRISTO. (Medite em II Co 11.14,15).

A armadura necessária para uma guerra espiritual está descrita no livro de Efésios 6.10-20. O apóstolo Paulo as descreve de forma inspirada e determinada para vitória.

“E tudo o que fizerdes, seja em palavras, seja em ação: Fazei-o em nome do SENHOR, dando por Ele graças a DEUS Pai” (Cl 3.17).

            Nós podemos entender que a nossa vitória sempre ocorre. Sabe por que? Porque ela está no nome de JESUS CRISTO. Oramos, intercedemos, jejuamos, louvamos, vivemos, respiramos sempre em Nome do Senhor JESUS CRISTO. Por isso a parte que nos cabe como intercessores após uma guerra espiritual é vencer e ser mais que vencedores em CRISTO JESUS.

Através do nome poderoso de JESUS podemos combater as forças do reino de Satanás e abrirmos portas e quebrarmos ferrolhos que estão sob autoridade das forças malignas. (Ap 3.12).

Em nossa luta contra o pecado, não devemos dividir nossa lealdade. Lutemos com o espírito, e que este seja maior que nossa alma. Nossa luta interior é tão intensa que temos que escolher decididamente o lado de JESUS. Mas, somente a escolha não basta; em Gl. 5.16-26, Paulo explica porque a vitória é obtida pelo poder do ESPÍRITO SANTO.

 

3.1.        Métodos Básicos para Batalha Espiritual

§  As Armas da nossa Milícia (II Co 10.3-4);

§  O Nome de JESUS (Mc 16.17 e Jo 14.14);

§  O Sangue de JESUS (Ap 12.11 e Cl 2.14-15);

§  Concordância (At 1.14 e Mt 18.19);

§  Jejum (Mt 17.21; At 13.2-3; II Co 12.10 e Mt 6.16-18);

§  Louvor (At 16.25);

§  A Palavra de DEUS (Ef 6.17);

§  Nossa Autoridade Espiritual (Mt 9.8);

§  Plano de Ação (Tg 4.7-8);

§  Ataque (Lc 10.19).

 

4. REINO DAS TREVAS

            Antes de falarmos qualquer coisa sobre este assunto, gostaríamos de deixar claro que este capítulo busca apenas um direcionamento para posterior estudo mais específico, ou seja, é somente para base e conhecimento.

            Satanismo é a seita ou religião exclusiva de adoradores ao Senhor das Trevas, Lúcifer ou Satanás. Temos como base bíblica o que está descrito no livro de I Tm 4.1, que existiriam nos últimos dias verdadeiros adoradores do Príncipe das Trevas, porém é bom ressaltar que por mais que essa seita cresça, ela cresce com permissão do SENHOR JESUS CRISTO para cumprimento da Palavra de DEUS. No Brasil, o Satanismo é difundido através de diversas seitas, espiritismo principalmente, já que o Brasil é o maior país espírita do mundo!

            Demonologia é a ciência que estuda os demônios. A palavra demônio refere-se a “deuses” e “semideuses”. É incorreto dizermos diabos, pois não existem vários de seu espécime. Contudo, há vários e muitos demônios, mas existe um único diabo. Diabo é a transliteração do vocábulo grego “diabolos”, nome sempre usado no singular, que significa “acusador” e é aplicado nas Escrituras Sagradas exclusivamente a Satanás, já no plural o termo demônio é “daimon” ou “daimonion”.

            Para Satanás atuar é necessária permissão de DEUS, ou seja, seu poder é limitado (Jó 1.12). Satanás obtém autoridade sobre o mundo (Lc 4.6), e todos aqueles que não se firmam no caminho do SENHOR estão sob domínio dele, ou seja, estão submetidos à escravidão pecaminosa (At 26.18) conseguindo, assim, cegar os incrédulos para que não vejam o poder de DEUS nesta Terra (II Co 4.3-4). Toda esta atuação é para que haja inspiração de falsos milagres (II Ts 2.9).

A obra dele é perversa (Gn 3.1), causa patologias que, aos olhos da ciência, não têm profilaxia nem mesmo cura pelo fato de serem de nível espiritual (Jó 2.7), e assim opondo-se aos servos do SENHOR (Zc 3.1). Satanás tentou ao SENHOR JESUS (Mt 4.1) e, se não houver intercessores, ele remove a boa semente que foi plantada (Mt 13.19), semeando o joio (Mt 13.38-39).

            Uma das atuações de Satanás é arruinar o corpo, a alma (Lc 9.42) e a mente (Jo 8.44), incitando ao pecado (Jo 13.2; At 5.3) e, mais ainda, usa as pessoas como presas, viciando-as no desejo carnal (I Pe 5.8; Ap 2.10).

Afinal: “O ladrão veio para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10a).

 

5. JEJUM

            É impossível não associar o jejum à oração (Sl 35.13). DEUS prometeu atender petições de seus filhos (Jo 14.14).

Muitos de nossos fardos são aliviados por meio do jejum (Is 58). O povo obteve proteção de DEUS contra o perigo pela prática do jejum (I Rs 21.27,29). A cura de uma pessoa querida veio através do jejum. E JESUS deu início ao seu ministério pelo jejum (Mt 4.2).

O jejum deve ser levado de forma cautelosa, evitando o sensacionalismo. E não podemos jejuar pensando em regime, pois é um sacrifício perante o altar do SENHOR. Por isso, o jejum deve ser realizado mediante orações.

DEUS permitiu vários tipos de jejum. Hoje se sabe que uma pessoa com diabettes mellitus (diabético), não pode ficar horas e horas sem alimentar-se ou até mesmo quem sofre de hipotensão (pressão arterial baixa) necessita de uma alimentação correta, variando de acordo com o indivíduo, considerando o fato do uso contínuo de medicamentos. Por isso, gostaríamos de esclarecer que em caso de necessidade ou propósito deve-se fazer um dos tipos de jejum relacionados a seguir:

§  Jejum Típico A Bíblia ensina que o jejum normal consiste em abstinência total de alimento sólido (Mt 4.2);

§  Jejum Completo ou Jejum Absoluto consiste abster-se de alimento e água (At 9.9);

§  Jejum Parcial é abster-se de certos alimentos; por exemplo, Daniel e seus amigos tomaram água, comeram um tipo de legume e abstiveram-se da carne e do vinho do rei (Dn 1.12).

O jejum parcial consiste, não obrigatoriamente durante várias horas do dia. Inclui também a abstinência das relações sexuais durante o período do jejum. Volta-se se juntar novamente para que Satanás não tente o casal por causa da incontinência (I Co 7.5).

Quanto à duração, é variável, sendo que na maioria das vezes durava apenas um dia (Jz 20.26 e II Sm 1.24). Cada um de nós deve estar atento para seguir a orientação de DEUS quanto à duração do jejum. Ao fazer um jejum prolongado, devemos estar preparados para não causarmos danos a nossa saúde, não privando o organismo de alimento e água, além do recomendável.

Para jejuar, eis alguns conselhos:

§  Determinar o tempo do jejum;

§  Comece abstendo-se de alimentos sólidos, mas ingerindo líquidos;

§  Procure manter-se em oração;

§  Comece com arrependimento (Sl 69.10);

§  Peça perdão dos pecados (I Jo 1.9);

§  Ore, fazendo pedidos específicos, principalmente quando for interceder (I Ts 5.17). Ore com fé (Tg 1.6);

§  Medite e leia textos bíblicos, porque aumenta nossa fé (Rm 10.17);

§  Adore a DEUS (Lc 2.37). Deve-se sempre, ao finalizar um jejum, agradecer a DEUS.

 

“O jejum é alimentar-se de JESUS CRISTO!” (Medite em Jo 4.23,24).

 

6. LIBERTAÇÃO E CURA INTERIOR

            “Libertação” é o ato de libertar ou libertar-se (Is 61.1). A Cura Interior é quando DEUS livra da doença e restabelece a saúde (Is 53.4-5; Mt 8.16-17e I Pe 2.24).   

            A libertação é o ato de DEUS opera em nossas vidas de permitir que estejamos livres. Tal libertação refere-se ao nível espiritual, ou seja, muitas vezes necessitamos ser libertos para que haja liberação de um agir mais profundo de DEUS em nossas vidas. Está escrito na Bíblia que quando aceitamos a JESUS CRISTO nossos pecados e alianças feitas a demônios são destruídos e esquecidos por DEUS, uma vez que não devemos mais lembrar do velho homem e nem de seus feitos (Jr 31.34).

            A Cura Interior é a segunda fase da ação de DEUS. Quando estamos sendo ministrados à libertação, necessitamos de uma cura interior realizada pelo ESPÍRITO SANTO através de uma unção que vem somente Dele, pois o SENHOR é nosso remédio.

            É muito importante que a cura seja declarada, para que seja liberada no mundo espiritual, ou seja, para que o inimigo não aproveite nenhuma situação, que ocorreu durante a libertação, para trazer constrangimento ou vergonha.

            Por isso, temos que estar atentos, pois como coluna da igreja, alguém que não esteja realmente liberto poderá afetar diretamente a igreja espiritualmente falando. Isso inclui também os visitantes, pois sabemos de suas condições e não podemos nos esquecer que só somos libertos e curados pelo nome de JESUS CRISTO e pela palavra que nos é ministrada.

 

7. ADORAÇÃO

            De um modo geral, equivocam-se as pessoas que pensam que intercessores só oram e jejuam. A adoração deve ser um estilo de vida de todo intercessor, uma vez que, a adoração é uma arma indispensável para destruir as obras do diabo.

            A adoração é o culto, honra, reverência e homenagem prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos ou DEUS (Sl 96.9). Biblicamente há quatro etapas de desenvolvimento da adoração a DEUS.

1ª Adoração através de altares (mesa feita de madeira revestida de metal, terra ou rochas) e oferecendo sacrifícios e ofertas (animais, cereais ou bebidas) (Gn 12.7-8; 13.4 e Lv. 1.-6);

2ª Adoração no Tabernáculo (barraca= era utilizada até o Templo ser construído pelo rei Salomão) e no Templo (edifício construído, substituiu o tabernáculo, era dividido em duas partes: LUGAR SANTÍSSIMO – Santos dos Santos, e o LUGAR SANTO), com um sistema completo de sacrifícios;

3ª Adoração nas Sinagogas (casa de oração dos judeus, onde a doutrina cristã se propagou, cuja organização e forma de culto foram adotadas pelas igrejas cristãs) começou durante o cativeiro;

4ª Adoração Cristã:

Pregação – At 20.7

Leitura das Escrituras – I Tm 4.13

Oração – I Tm 2.8

Louvor – Ef 5.19

Ofertas – I Co 16.1-2

Batismos – At 2.37-41

Ceia do SENHOR – I Co 11.23-29


8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALGIERI, P. Noções Básicas sobre as Doenças e a Saúde. São Paulo: Textofiel, 1999.

BOYER, O.S. Pequena Enciclopédia Bíblica. Flórida: Vida, 1995.

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SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

SOARES, P.C; MIRANDA, E. Satanismo, o inimigo oculto da Igreja. São Paulo: Graça, p. 13-18, set. 1999.

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WAGNER, C.P. Espíritos Territoriais. Chichestes: Bompastor, 1991.