Carta à Pérgamo

25/07/2011 17:46

 

PERGAMO – Ap 2:12-17 - Maior Cidade no oeste da Ásia menor (Turquia) - Adoravam a deusa Atenas - Numa mesma estrada Deus escolheu 7 igrejas, haviam outras igrejas como Corintios, Filipenses etc... porém essas tinham as características necessária para nos ensinar - Fazes do cristianismo - data 313 a 538 DC.

 

TEOR DA CARTA: Elogio, Repreensão, Apelo e Promessa

 

Período do engano (Constantino I Imperador Romano) - Constantino acabou por entrar na História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na seqüência da sua vitória sobre Magêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão. Segundo a tradição, na noite anterior à batalha sonhou com uma cruz, e nela estava escrito em latim:

 

In hoc signo vinces

"Sob este símbolo vencerás"

A igreja em Pérgamo se encontrou numa situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e deram honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticarem idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino.

Ao Anjo da Igreja em Pérgamo  - (2:12) – Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

A igreja em Pérgamo: O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. Durante mais de 200 anos, foi a capital da província romana da Ásia. Teve a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito. Foi o povo de Pérgamo que primeiro usou peles de animais para fazer pergaminho, que substituiu o papiro, usado para fazer livros.

Aquele que tem a espada afiada de dois gumes: A espada representa a autoridade e o poder para julgar e castigar. É Jesus, e não o governo romano, que segura esta espada (1:16).- Jesus tem a espada afilaga de dois gumes (A Bíblia AT/NT) Espada fala de batalha, espiritual. Fase de uma invasão de paganismo na igreja trazendo costumes e mentiras e misturando com a verdade (Ez 22:26)

(2:13) – Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás: Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo! Jesus, sempre vigiando para ajudar o seu povo, sabia muito bem da circunstância difícil naquela cidade. Desde 29 a.C., foi o local de um templo dedicado a Roma e a Augusto (idolatria oficial do governo romano). Mais tarde, foram construídos outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo. Além desses templos para o culto imperial, o povo de Pérgamo adorava outros “deuses”, tais como Zeus, Atena, Dionísio e Asclépio. Encontramos em Pérgamo uma mistura dos poderes do mal – religiões falsas e o poder oficial do governo romano. Enquanto seus vizinhos sacrificavam aos demônios (veja 1 Coríntios 10:19-20), os discípulos de Cristo reconheciam o único Deus como Senhor.

E que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas: Jesus elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis à fé de Jesus, mesmo sob perseguição intensa. A minha fé (a fé de Jesus) é a palavra de Cristo revelada aos homens (veja Judas 3). Antipas é mencionado somente aqui. Evidentemente foi um mártir, provavelmente da própria congregação em Pérgamo. Foi morto entre eles, na cidade onde Satanás habitava. Antipas se mostrou fiel até a morte (veja 2:10). Testemunha vem da palavra grega martus. É a mesma usada para descrever Jesus em 1:5. Com o tempo, passou a ser usada para identificar pessoas que morreram por seu testemunho de fé, e assim usamos a palavra mártir.

(2:14-15) – Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15 Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

Tenho, todavia, contra ti algumas coisas: Apesar da perseverança dos cristãos em Pérgamo, haviam problemas graves ameaçando o bem-estar da congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta.

A doutrina de Balaão: A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento (Números 22-25; 31:16). No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas. Balaão desistiu de suas maldições, mas procurou outra maneira de vencer o povo de Israel, dando o conselho de convidá-los a participarem de uma festa idólatra. Nesta festa, muitos israelitas se envolveram na idolatria e na imoralidade, e Deus mandou uma praga que matou 24.000 israelitas.

Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão. Incentivavam o povo a ser tolerante de outras religiões, até participando da idolatria e da prostituição. A sua doutrina foi basicamente igual às idéias atuais de pluralismo (aceitação de diversas religiões como igualmente boas) e sincretismo (junção de duas ou mais religiões).

A doutrina dos nicolaítas: A Bíblia não identifica esta doutrina, mas diz que Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogiou os efésios por rejeitarem esses ensinamentos (2:6). Infelizmente, a igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres.

NIKH = vitória (no sentido de dominar)

LAOS = ...o povo peculiar (de Israel ou Cristãos); gente, multidão;...do Século IV em diante, às vezes se refere ao leigo (conforme o grego moderno "LAIKOS"= leigo, no sentido de povo comum)

Portanto, o nome Nikolaitwn (nicolaítas) composto destas duas palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que dominam o povo".

 

Tito 2:10; Hebreus 6:1 e 2 João 9. Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.

(2:16)– Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

Portanto, arrepende-te; e, se não, ... contra eles pelejarei: O arrependimento exigido é o da igreja, pois ela tolerava esses falsos mestres. Os professores das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas precisariam se arrepender, também, ou serem rejeitados (veja Romanos 16:17-18; Tito 3:10-11). Uma igreja que tolera falsos professores se torna cúmplice do pecado. Se ela não se arrepender, Jesus usará a espada de dois gumes (2:12; 1:16) para trazer seu castigo sobre ela.

(2:17)– Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.

Quem tem ouvidos, ouça: Como em todas as sete cartas, Jesus chama os ouvintes a darem a atenção devida a sua palavra.

Ao vencedor: Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes:

O maná escondido: Aqueles que recusassem qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai (veja João 6:31-65). Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida.

Uma pedrinha branca com um nome novo escrito: Um nome novo, freqüentemente, sugeria uma nova direção na vida, especialmente de uma pessoa abençoada por Deus (exemplos: Abrão > Abraão; Sarai > Sara; Jacó > Israel). Em Isaías 62:2-4, Desamparada e Desolada recebem nomes novos: Minha-Delícia e Desposada, mostrando a bênção de estar com Deus.

 A pedrinha branca pode incluir vários significados, conforme os costumes da época. Pedras brancas foram usadas para indicar a inocência de pessoas acusadas de crimes; Jesus inocenta os seus seguidores fiéis. Pedras brancas foram dadas a escravos libertados para mostrar sua cidadania; os fiéis não são mais escravos do pecado, pois se tornaram cidadãos da pátria celestial (Filipenses 3:20). Elas foram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos; Jesus permite os fiéis a entrarem na presença dele para o seu banquete (veja 19:6-9). Também foram dadas aos vencedores de corridas e aos vitoriosos em batalha. Os fiéis são vencedores que receberão o prêmio (2 Timóteo 4:7-8).

Conclusão

Devemos imitar a perseverança dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus. Servimos um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo.

Procuremos o maná que vem de Deus para nos sustentar para sempre.

 

Pr Justino Luiz – 24/07/11 – 7 cartas do Apocalipse

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